domingo, 1 de novembro de 2009

Estudo de caso- parte III

Em rigor, podemos usar o termo amostra num estudo de caso?

Quando é feito estudo de caso e como caso podemos considerar um indivíduo ou um grupo, há que considerar a contextualização específica em que ele é estudado. O caso é único em si mesmo. Há que estabelecer um referencial lógico de recolha de dados (Creswell, 1994). No entanto, há que ter sempre presente que, a investigação de um caso não se baseia numa amostra (Stake, 1995). Num estudo de caso a escolha da amostra adquire um sentido muito particular (Bravo, 1998), não no sentido da amostra tida em conta num método quantitativo onde ela surge com o objectivo de se fazer um estudo que no final se possa alargar a uma comunidade de onde foi retirada. Não há intenção de se estudar um caso para o generalizar a outros casos. Assim, num estudo de caso, uma amostra, de entre um universo não faria qualquer sentido.
Embora Bravo (1992) considere seis tipos de amostras que podem ser utilizadas em estudos de caso:
1- Amostras extremas (casos únicos);2- Amostras de casos típicos ou especiais;3- Amostras de variação máxima, adaptadas a diferentes condições;4- Amostras de casos críticos;5- Amostras de casos sensíveis ou politicamente importantes;6- Amostras de conveniência.
Elas são meramente reguladoras do processo e vão provocando os devidos ajustes à “amostra” inicial. Ou seja a amostra num estudo de caso acaba por ser o próprio caso, inserido no seu contexto que lhe é particular e que se pretende explorar, descrever, explicar (Gomez, Flores & Jimenez ,1996),
Se considerarmos Amostra um subconjunto de elementos pertencentes a uma população ou universo em que a informação recolhida para essa amostra é depois generalizada a toda a população. Então eu digo que em rigor não se pode falar em amostra num estudo de caso.
---------------------------------------------------------
Yin, Robert K.. "Estudo de caso planejamento e métodos".São Paulo

Sem comentários:

Enviar um comentário